Testamento informal

Se eu não falar agora, quando falarei? Então vamos lá:

As preocupações, incertezas e outras coisas desse tipo levarei comigo.

Deixarei a lembrança de alguém que lutou por seus sonhos.

As roupas e calçados, se forem úteis a outra pessoa, doem todas.

As partituras de músicas poderão continuar sua missão, é só usarem.

O violão com certeza a Hadassa vai querer. Será um ótima herança!

O teclado também estará à disposição.

Não tenho pedido especial quanto às formalidades da despedida. Só peço que sejam coerentes com a cultura brasileira, sem colocar em risco a saúde dos que ficam.

Sabe aquela frase "ela era tão boa..." Não precisam falar.
Sei que tenho muitas limitações e, como todo ser humano, muitas falhas.
Então sejam específicos quanto às recordações: ela foi boa nisso, colaborou naquilo...

Como não sou insubstituível, as tarefas que desempenhei serão cumpridas por outras pessoas que amam o que amei. Façam como Jesus faria se estivesse nessa situação. Esse é o parâmetro para minhas ações.

Não há necessidade de guardar objetos de recordação. A saudade já será muito pesada. Pra que fardo maior do que este?

Desculpem-me as pessoas que magoei. Procuro sempre estar de bem com todos.

Espero poder dizer como Paulo:
"Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. E agora está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive uma vida correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos os que esperam, com amor, a Sua vinda." II Timóteo 4: 7 e 8